O Ruído

Revista da Graduação da FAUFBA

1ª MARATONA DE ARTE – FAUFBA

24, outubro, 2006 Posted by | notícias | 3 Comentários

Poluição

Subúrbios,
aprazíveis ambientes.

Episódio extraordinário estacionado.

Praia
areia
imensidão cínica…

19, setembro, 2006 Posted by | devaneios | 2 Comentários

Soberania cultural e urbanização

A relação dos fatos urbanos particulares com as utopias urbanas é um assunto que transcende à a-plicação à história da cidade de resultados de estu-dos fragmentados em períodos de tempo – antes, considera intentos e realizações como elementos i-gualmente relevantes do discurso arquitetônico. Na colonização do território brasileiro, por exemplo, as intenções dos padres jesuítas são importantes para a compreensão do desenvolvimento urbano no país, principalmente quando postas em contraste com as de outra instituição colonizadora: a família patriar-cal latifundiária. Devido às transforma-ções acontecidas na Europa desde o Renascimento, culminando com a Reforma Protestante, os movimentos existentes dentro da Igreja exigindo uma auto-reforma finalmente ganharam força. Três elementos foram fundamentais para a Reforma católica: a criação da Ordem dos Jesuítas, a reafirmação da Santa Inquisição e a convocação do Concílio de Trento. Entretanto, a fundação da Companhia de Jesus por Inácio de Loyola e outros jovens de diversos países foi o mais eficiente elemento das vitórias obtidas pelo catolicismo neste perío-do. Seu desejo de viver inteiramente o Evangelho os levou a uma vida de castidade, pobreza e obediência cega à orientação do Papa. Devido, justamente, a este voto de obediência, o Papa Paulo III reconheceu oficialmente a ordem Jesuíta em 1540, tendo sido a primeira ordem secular autenticada pelo Vaticano. Alguns de seus membros participaram do Concílio de Trento, tendo sido fundamental a sua influência. Mas foi por meio do ministério do ensino que os jesuítas deram sua maior contribuição para a igreja católica em ações de catequese e prepa-ração de novos sacerdotes, além do monopólio do ensino da elite européia. Em ambas as frentes de atuação – evangelismo e ensino -, as produções dramáticas eram utilizadas como elementos fundamentais de seu método de trabalho, tendo este costume se tornado uma influ-ência direta do desenvolvimento do teatro moderno. No caso específico do Brasil, a arte tradicional está tão intimamente ligada à presença dos jesuítas que, durante muito tempo, toda a arte colonial brasileira era chamada de arte jesuítica. Foram os primeiros construtores, escultores e pintores da maior parte do país em uma atividade comtínua desde a época da chegada em Salvador, em 1549, até 1759, quando a ordem foi expulsa do Brasil. Entretanto, em todo este período, os jesuítas se mantiveram fiéis aos princípios da Contra-Reforma. Devido a estas características áreas de atuação e a seu caráter disciplinado, os jesuítas foram muito importantes para a defesa do catolicismo e sua propagação na América e na África. Porém, este fato não pode ser compreendido apenas do ponto de vista da defesa de uma religião, mas principalmente como o fundamento da colonização ideológica do Novo Mundo. Ao buscar sustentar os padrões éticos e morais católicos entre os colonizadores e expandir estes padrões para os nativos e escravos por meio da evangelização, os jesuítas se colocavam diante da preservação desta soberania cultural em uma posição equivalente à do exército em relação à manutenção da integridade física do povo e dos limites da colônia.

12, setembro, 2006 Posted by | artigos | Deixe um comentário

Its time

Memórias, contradições…
inquietudes diversas.

Olho – tecido canônico:
efêmero desenhar retas, hipérboles reminiscentes.

tsunami psicológico

ressonância

8, setembro, 2006 Posted by | devaneios | Deixe um comentário

Onde se perdeu alguma coisa….!!!!

E ai aconteceu o seguinte: fui tomar um ar lá fora e tudo se sucedeu…lá que eu vi que o acontecido…estava eu ali…logo ali ao lado daquela árvore mais baixa, encostado no muro onde ta pichado, aquela pichação estranha patrocinada pela prefeitura…esse é o cenário apenas modificado pelo tempo, é engraçado com a luz do dia, o fluxo de pessoas, os carros e os pequenos troços que o vento levam mudam o lugar, mas muda pouco, tem coisas que são mais fixas, são mais concretas….decifrar o que aconteceu teria que remontar todos os fragmentos que estava impregnado na cena, que só mora agora aqui….na minha cabeça, na minha memória…é complicado…mas, continuando, tava ali, e vi quando aconteceu…as pessoas envolvidas, a forma que elas se comunicavam sem palavras e a forma que tudo girava em torno delas…falavam sem articular palavras… somente gestos e movimentos bruscos, tudo rápido, rapidinho como não se quer que nada seja modificado, como se todos eles achassem que quanto menos tempo eles fizessem…menos interferências no lugar e na memória de algum passante seria depositado…como se aquele instante transformasse em um fragmento como um daqueles troços que teimavam em flutuar com o vento, e ninguém lembra de coisas pequenas coisas flutuando….isso deve ser algo que diminui a culpa…uma pressa calculada como se os edifícios parte do cenário fosse também testemunhas já que pertenciam a eles a esse instante deles….e como possivelmente fosse pensado e certamente comemorado por conseguir o tempo que sera que foi cúmplice… mais foi de forma cruel ele fez com que todos pontos fluidos desse momento se completassem e a mim foi oferecido esse momento como espectador….pouco tenho a complementar…foi apenas isso ai!!!!!!!!!!

24, agosto, 2006 Posted by | crônicas | 1 Comentário

Primeira edição

Capa - Primeira edição

23, agosto, 2006 Posted by | capas | 3 Comentários

Por que Arquitetura?

Pelo menos três séculos já nos separam das primeiras tentativas do homem de se autovalidar por meio da produção de uma arte dita clássica. É no mínimo interessante, portanto, observar o pensamento helênico negar à arte o conceito de beleza. Paradoxalmente, o clássico nega o que o classicismo aprova.
O cerne desta arte rejeitada pelo pensamento clássico é a mímese. Compreende-se que há, por meio da mímese, um afastamento de um ideal que torna a arte uma atividade submissa. A imitação seria apenas a simulação de uma coisa real e distante desta. Parte-se do princípio de que cada coisa pode ser desdobrada em três: a coisa natural, a coisa individual – uma interpretação imperfeita por conceito do ideal –, e a coisa representada à partir da experiência da coisa individual. A coisa natural, porém, é pura por ser um conceito capaz de se manifestar facilmente a qualquer pessoa com um significado claro. É justamente esta mímese que caracteriza a arte classicista. A apreciação da coisa natural, por ser plural, sobrepõe-se à experiência unilateral e ilusória da mímese, motivo pelo qual a filosofia clássica busca purgá-la.
A acepção da arte pelo afastamento de uma realidade ideal confere à beleza a responsabilidade de remeter àquele que a aprecia a esse mundo natural. É um tratamento moderno da arte abalizar a beleza na experiência de um deleite. Esse encanto, porém, depende da constante mutação das veleidades de um critério menos distinto. Uma apreciação intermediária parte da aferência da adequação à harmonia e ao ritmo por implicar na necessidade de uma cultura pré-existente por parte de quem aprecisa. Essa beleza é própria das produções clássicas da arquitetura. Mas ela pode ser ainda mais intelectual quando torna-se extremamente relativa e implica na apreensão de uma relação entre a coisa bela e um bem que ela significa e ao qual busca remeter. Desta forma, a beleza se afasta da experiência sensível e implica numa relação com a arte típica do pensamento clássico.
Da apreciação estética proveniente dos sentidos, estende-se à apreciação intelectualizada do ritmo e da proporção e então à beleza cujo cerne é a conveniência e que desliga dos sentidos aquele que a aprecia. Chega-se assim à conclusão de que a verdadeira beleza reside na capacidade da coisa bela de elevar o espírito para uma realidade além do sensível. A mímese, sob esse ponto de vista, é um obstáculo à busca da beleza, visto que convida a permanecer no mundo sensível que ela reproduz.

12, agosto, 2006 Posted by | experimentações | 2 Comentários

PERTO…meu rim e meus ouvidos

 cabeção1.jpg

Um dia alguém chegou e perguntou bem de perto, o que é que eu queria? E porque continuava ali, afinal tudo era maior que estar ali. Eu não respondi nada.

Mais essa pergunta passou a me atormentar, e me fazer não sentir que o aqui é seguro, o aqui é uma extensão de mim, perdi raiz.

E pra que isso? Por que fez isso comigo?

E tudo pareceu mais distante sem instabilidade, Deus não existiu mais.

E esse alguém sumiu, mais poderia ser aquele que esta em pé, perto do poste, olhando parado para um tempo que não é meu, nem dele.

Ele poderia ser qualquer um, e é. Ele atormenta nos meus sonhos com suas indagações, perguntas, dilemas, e sempre ri no final, como se essa alegria fosse a força pra ele continuar a estar em todos lugares, onde estou, onde ando.

Fugir é o meu rumo, porque não? Mais não quero fugir, atrás de uma liberdade que não existe alem da própria palavra bonita que soa, ela é mais miserável do que o “alguém” que me atormenta.

Quero fugir, em sonhos, onde a minha estabilidade se desmancha em cores e sons. Quero apenas enlouquecer todo dia, e nem saber as horas.

Quero depois disso tudo, quero paredes, construções, pessoas, e carros…quero livros e letras neles. Quero lâmpadas florescentes, e cama com lençóis, televisão e microondas, musica…quero muita musica, musica com batata frita e poesia….comer musica ouvindo o som da batata frita.

E correr, vou correr  sem querer me esconder, vou correr para sentir que meus braços e minhas pernas por pequenos instantes desaparecem a custo dos meus movimentos rápidos. Vou querer sumir, evaporar, desaparecer, desintegrar. Pra saber se realmente existo. Provar ser um nada incrível.

Depois vou querer inverter meu tecido, vou querer expor minhas vísceras e ver o que tudo que há dentro de mim, e oferecer a todos na rua, pegar meu rim, e ver o quanto é macio e viscoso.

E aquele alguém que não vai mais me perseguir porque ele não terá mais tempo, se cansará e irá exausto fugir nos seus sonhos. Sonhos como meu só que ele não voltará. Ele viverá lá na espera de quando eu voltar a enlouquecer. E quando novamente eu ir ao balcão, ele novamente poderá povoar meus devaneios.

6, junho, 2006 Posted by | devaneios | Deixe um comentário